A pobreza é uma alogia
A miséria um disparate
E a desgraça humana um absurdo
E não existe hoje em nosso meio
O que é evidente para diminuir
O quadro desigual atual
Os meios usados pela burguesia
Pela elite e demais classes dominantes
São alógicos
São isentos de lógicas
As maneiras usadas pelos governos
E seus asseclas
No coração da sociedade corrupta
Não há alojamento
Num ato e num efeito
De alojar as almas desgarradas
Que vagam pelas marquises
Viadutos e asilos e guetos
No peito do poder
Não existe estalagem
Para as crianças dos nossos
Bolsões de pobreza
Um lugar onde alguém se aloja
Para encontrar amor e carinho e paz
O único dormitório seguro
À alma do desprivilegiado
Do marginalizado
Do abandonado
É o cemitério
Onde a pobre alma pode
Alojar-se e hospedar-se e acomodar-se
E agasalhar-se eternamente.
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