quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A pobreza é uma alogia, BH, 030801999; Publicado: BH, 0270802020.

A pobreza é uma alogia

A miséria um disparate

E a desgraça humana um absurdo

E não existe hoje em nosso meio

O que é evidente para diminuir

O quadro desigual atual

Os meios usados pela burguesia

Pela elite e demais classes dominantes

São alógicos

São isentos de lógicas

As maneiras usadas pelos governos

E seus asseclas

No coração da sociedade corrupta

Não há alojamento

Num ato e num efeito

De alojar as almas desgarradas

Que vagam pelas marquises

Viadutos e asilos e guetos

No peito do poder

Não existe estalagem

Para as crianças dos nossos

Bolsões de pobreza

Um lugar onde alguém se aloja

Para encontrar amor e carinho e paz

O único dormitório seguro

À alma do desprivilegiado

Do marginalizado

Do abandonado

É o cemitério

Onde a pobre alma pode

Alojar-se e hospedar-se e acomodar-se

E agasalhar-se eternamente.

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