Era uma vez um escritor
Que escrevia tudo o tempo todo
Escrevia paz
Escrevia poesias
Escrevia poemas
Escrevia amor
Era uma vez um escritor
Que escrevia tudo o tempo todo
Escrevia a verdade
Escrevia o bem
Escrevia o bom
Escrevia o belo
Era uma vez um escritor
Que escrevia tudo o tempo todo
Até que um dia lhe cortaram a mão direita
E então o escritor passou a escrever com a mão esquerda
E escrevia tudo o tempo todo
E novamente lhe cortaram a mão
E desta vez foi a mão esquerda
E então o escritor passou a ditar
Para alguém copiar o que ditava
E ditava tudo o tempo todo
Então cortaram-lhe a língua
E o bom escritor passou a escrever com o pé direito
E escrevia tudo o tempo todo
E cortaram-lhe o pé direito
E o escritor passou a escrever com o pé esquerdo
E escrevia tudo o tempo todo
E cortaram-lhe o pé esquerdo
E o escritor passou a escrever com o toco do
Braço direito onde era bem amarrado o lápis
E escrevia tudo o tempo todo
Com o toco do braço direito
Então cortaram-lhe o que restava do
Braço direito do indomável escritor
E passou a escrever com o toco do braço esquerdo
Onde também era bem amarrado um lápis
E escrevia tudo o tempo todo
Mas novamente acabaram seu sonho
Cortaram-lhe o que restava do
Braço esquerdo do selvagem escritor
Que não era covarde e nem se entregava
Passou a escrever com o que restava do seu pé direito
E escrevia tudo o tempo todo
Com o lápis que alguém amarrava no toco de perna
Então o inimigo cortou o que restava de sua perna direita
E o escritor a lutar até o fim
Passou a escrever com o que restava da sua perna esquerda
E escrevia tudo o tempo todo
Mas o inimigo apareceu e cortou o
Que restava da perna esquerda do bom escritor
Que escrevia tudo o tempo todo
Mas não desistiu e passou a escrever com a boca
Alguém colocava o lápis entre os seus dentes
E escrevia coisas lindas e verdadeiras
E escrevia tudo o tempo todo
Mas o inimigo lhe arrancou os dentes um por um
E foi assim o era uma vez um escritor
Que escrevia tudo o tempo todo
E escreveu tudo mas diminuiu de tamanho
E foi ao diminuir que o escritor cresceu
E se tornou grande muito grande e imenso
E se tornou imortal
Era uma vez um escritor que escreve tudo o tempo todo.
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