De que vale me confessar
E me perdoar em cada poesia
E me flagelar em cada poema
Se depois saio por aí
A fazer o mal
E a ser mau
E de que vale falar de amor
E falar de paz
E de caridade
E de bondade
Em meus poemas
Se depois saio pela cidade
A fazer o ódio
A ser preconceituoso
A ser intolerante
E raivoso em demasia
E de que vale se não vale
E de que adianta se não adianta
Tenho que aceitar o que sou
Ou uma coisa ou outra
Não posso ser as duas coisas
Ao mesmo tempo
Ou certo ou errado
Ou bom ou mau
Ou o bem ou o mal
De que vale
Não vale a pena
Não vale uma pena
A pena pesou
Se depois vou perder
O meu valor
Ou vivo ou morto.
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