Depois dum guisado de vitela de aves dum artelete bem feito no azeite
Só mesmo uma arteirice para ajudar na digestão porém quem não
Tem ação de arteiro não tem manha de artista de escritor não tem
Astúcia só faz mesmo é a traquinada sem efeito que tento fazer não
Sei fazer direito nada tenho de arte mesmo a do latim arte que é o
Elemento de composição é designativo de arte propriamente dita o
Artefato produto da indústria do antigo artefacto pois mesmo a sofrer
A aplicação terapêutica das correntes arsonval alta frequência da
Arsonvalização a minha arte não tem salvação é arsenical não consigo
Elevar nem o tom nem a voz assim não é ouvida é olvida
É assim uma arte quase muda surda cega todo mundo passa longe
Do efeito arsenioso trivalente até o arses ave africana da família dos
Dentirrostros que qualquer designação genérica dos sais derivados do
Ácido arsênico o escrito arseniato os faz manter cada vez mais mais
Afastados não arrumo nada nas letras me perco na arrumação das
Palavras por mais que tente arrunhar aparar a sola ao redor do meu
Calçado quando estou descalço abrir ao que me chamam de mente
Rasgar o papel que dizem de inteligência desmoronar todas os
Preconceitos tabus que carrego o meu fel arseniado meu veneno a
Envenenar-me não crio um vernáculo não sinto-me um arrumador de
Frases perco-me na arrumadela de minha cidadela cultural parece
Que sou morto não sinto poesia num arrulhar que contém uma canção de
Ninar o meu próprio arrular só faz chorar a criança o menino
Arruivascado que dorme no berço o arruivado que ao me ouvir cantar
Dezespera-se desfeito o tirante ruivo da madrugada que completa o
Meu arruinamento ao me fazer arruinar cada vez mais que ao chegar à
Minha ruína fico até feliz porque parou aí sou um artista arruinador
Destruído por tentar criar arte na literatura perdido no meio de tantas
Palavras repetidas falido de riqueza intelectual empobrecido de espírito
De emoção inflamado só na tentativa apostemado só na superficialidade
Pois nas pústulas não se encontram nada a não ser a arruinação extrema
Que não esconde o ruído da ignorância a vozeria confusa dos insensatos
O clamor dos desesperados o tumulto daqueles que morrem de fome
Num último lampejo de arruído triste de estômago vazio a água rara hoje
Não é mais encontrada nem no canal de arrúgia subterrâneo para escoamento
D'águas nas minas me vejo arrugar em frente ao espelho não aprendo a
Arte de representar de amar sinto toda a minha arrugadura todo arrugamento
Com tudo arrugado não consegui o dom da arte pois escrevo como um
Arrufinado escrevo como um que tem modos de rufião próprio de rufião
Não próprio de poeta de escritor de leitor um mortal que arrufa com
Facilidade um mortal arrufadiço que só faz arruçar tornar ruça uma
Situação calma aqui se faz encanecer que quando bebe demais é de
Arruaças de fechar o tempo arruaçar me praça pública pode querer ser
Chamado de fazedor de arte? se fosse um arruador do bem que arrua ou
Cuida do alinhamento das construções o nome seria de artista poeta bardo
Senti que fiquei arruçado na tentativa não saí do papel por me encontrar
Arruelado guarnecido de arruelas preso sem poder voar o desespero
Deixa-me espantadiço por não escrever seja lá o que for o meu espírito
Fica indócil meu pensamento bravio igual ao encapelado mar ajo como
Um homem mau um cão raivoso um macaco desconfiado de Poe arisco
Arruá que tem a esperança mesmo hipócrita dum tempo qualquer uma
Época vindoura chegar a um pensamento à uma frase útil à uma palavra
De caminho de amor de afeto um momento de arte sublime perfeita
Não a indefinição conhecida por todos a indiferença de gênio tosco
Que às vezes me envergonha ao ler ao permitir o conhecimento alheio
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