Não demonstro poesia não mostro
Ou exponho poesia é tesouro bem
Guardado em baú de aço sem
Fechadura ou chave enterrado
Em local desconhecido sem mapa
De indicação quem quiser tem que
Subir às alturas ou descer às profundezas
Lavrar com unhas mãos em rocha
Maciça transpor paredões atravessar
Cânions pisar torrões pontiagudos
Com pés descalços matar a fome
Com sal grosso a sede com as
Lágrimas não tenho como exposição
Avant-première vernissage o poema
Quem quiser ver tem que
Ser cego vertente de luz arar
Com sangue para fertilizar a terra
Descobrir o veio sem dinamitar
A pedreira usar os ossos como alavanca
Para mover o mundo sem ponto
De apoio transpor o Cinturão de Kupier
Transpor a Cabeleira de Berenice
Tornar pequena a órbita universal
Tornar infinita a criação lírica
Esconder debaixo da pele
Deixar na vida subcutânea pois
Pode não valer a pena mostrar
O que vai adiantar quem quererá
Garimpar ser um caçador de odes
Um escalador de montanhas de vidros
Um mergulhador em mares sulfurosos
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