Preciso dum relógio não tenho um relógio
Dali tinha vários relógios pintava-os todos
Retratava-os até nas paredes celestiais
Nas telas abissais das escuridões sem
Recursos quero um relógio por mais
Antigo que seja que não marque as
Horas que o cuco não voe mais não
Envelheça-me o tempo é mais pesado
Do que uma cruz sustentar nos ombros
A atmosfera carregada das horas verga
Qualquer um ao chão quanto tempo
Já perdi neste mundo que hoje não
Encontro retorno ao entorno de mim
Sinto a panorâmica dissoluta para pensar
Que talvez um dia encontre
O ponto convergente o ponto g da
Vida o zênite o alef como dizia
Um poeta talvez encontre nas
Estrelas um voo intergalático o osso que
Foi jogado para cima que seja
A peça que me falta o nó cego que
Desatarei mostrará a raiz exata
Da equação os ponteiros em movimento
Os números parados os relógios nas
Paredes do infinito os olhos que
Olham-me como se fossem os olhos
Do meu pai que me fitavam
Indefinidos pela abertura na
Porta da prisão penso que por
Isso continuo sendo um preso até hoje
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