segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

A esperança é viver sem esperança; BH, 090802010; Publicado: BH, 090802010.

A esperança é viver sem esperança
A vida em mim não avança só o tempo
Essa onça devoradora de carnes músculos
Que nos deixa as rugas as pelancas
Os ossos solúveis os membros incertos
Acordo sinto atônito que não
Existe futuro para mim quero não
Mais pensar que preciso pensar fazer
Alguma coisa criar uma expectativa
Adotar um novo comportamento olho
Meus olhos no espelho entro em pânico
Fraquejo não sinto as pernas desmaio
No chão do banheiro sou todo fluído
Flácido flato não passo firmeza
Nem para uma criança o vento mais
Brando me dispersa assim à toda
Hora me vem a imprecação absurda
O que será de mim? contesto que não sei
O contexto não vejo fuga não posso
Sentir-me bem não culpo a todos por
Ser assim tento ser moderno ter um
Que de revolucionário me passar por
Evoluído comportado com educação
Cultura mas a minha cabeça é
Muito dura é cabeça de quem não
Entende nem compreende cabeça
De quem não tem raciocínio razão
Só bolhas de sabão plumas paetês
Adereços artificiais dum enredo
Para carros alegóricos que na hora
Do desfile apoteótico travam as
Rodas nos portais

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