Um novo homem feliz totalmente diferente deste
Que escreve surgirá num abrir fechar dos
Olhos quem viver verá vi um passarinho
Pousado num galho seco dum pé de pau no
Bico trazia preso um gravetinho fiquei a olhar
Aquele pequenino passarinho aquele gravetinho
Era para construir o seu ninho um passarinho
Ser pequenino frágil constrói o seu ninho no
Galho mais alto dum pé de pau constrói o seu
Ninho confortável seguro pequeno pobre
Mas é um ninho dum passarinho é o seu lar
É o seu tudo é a sua vida penso que
Deveríamos ser como aquele passarinho
Deveríamos nós mesmos construir a nossa
Própria casa talvez o homem não saiba mas às
Vezes é preciso ser igual a um passarinho me
Arrependi de não ter nascido aquela rolinha que
Voou faceira ali agora gosto muito de passar o
Tempo a olhar os passarinhos uns voam outros
Pousam nas árvores nos fios outros descem
No asfalto catam gravetos pedrinhas folhas ciscos
Outras coisas depois saem a voar vão para
Longe voltam tornam a ir é bom matar o tempo
A apreciar os passarinhos viverem caro leitor a
Coisa árdua é escrever não há neste mundo
Nada mais difícil do que escrever para tirar cada
Frase desta cada palavra cada acento vírgula
Ponto creia-me é uma verdadeira tortura caro
Leitor nunca queira escrever nada além de ser
Uma tarefa dificílima ingrata é besteira só
Quem não tem o que fazer vive no desespero na
Ignorância se dá ao extremo de perder tempo a
Escrever caro leitor já sentiste que não sou
Nenhum escritor já sentiste que não sou poeta
Não sou romancista não sou nada já
Sentiste que não sei escrever já viste meus
Erros a minha grande falta de ética estilo
Caro leitor se fores dado a perdoar se não
Fores nunca tivestes perdoado ninguém por
Amor de Deus queiras me perdoar perdoas-me
Por fazer-te perder o teu precioso tempo a ler
Estas idiotices se chegaste até aqui se não
Chegaste perdoas-em assim mesmo sou um
Frustrado um pobre coitado dum cabeça oca
Tudo mais que já leste já viste que já deves ter
Tirado as tuas próprias conclusões a meu respeito
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