E nasceu em cidade do interior
Filho duma família de pai e mãe e irmãos
Preguiçoso de nascença por mal nascido
E nasceu qualquer coisa de retardado
E de atrasado em quase tudo
O mais irresponsável por ser um mártir do corpo
E pegou todas as culpas
E pagou todos os pecados
Matreiro desde criança
E levado e safado nas malas-artes
E qual é esse brasileiro que não é safado?
E que não é matreiro?
E que não é levado?
E que não é preguiçoso?
Aí então cresceu dentro da lógica
Cresceu a pegar tamanho
E a perder o valor
O seu valor nacional
O seu patrimônio
E quando encontrava um amigo
Em qualquer lugar
O amigo dizia logo
Mas que vergonha
Só tens tamanho
Nem a safadeza tens mais
Toma jeito meu rapaz
Quer envergonhar mais os seus?
E assim a levar e a procurar
Não sair mais da linha
Não perder o estilo
Dum mineiro interiorano
Duma família tradicional.
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