Estava a dormir e de repente
A minha cama virou um inferno
E capetas e demônios e satanases
Espetavam-me e furavam-me
Com seus chifres e tridentes
Capetas vermelhos e feios
Demônios endiabrados com pés de burros
Deram-me brasas para comer e me
Fizeram nadar num mar de chamas e me
Enfiaram ferros quentes nós ouvidos e
Arrancaram os meus olhos com unhas
Porcas e sujas e poderosas e marcaram o
Meu corpo com ferro em brasa e
Arrancaram a minha língua e me
Esquartejaram e depois assaram as
Minhas carnes e comeram as minhas
Carnes assadas com farofa e riam e
Se divertiam e bebiam o meu sangue
Fervido em caldeirões em cálices ferventes
E ficaram bêbados e pulavam e
Dançavam e quando davam-me mordidas
Infernais a arrancarem pedaços infinitos
Em minhas carnes assadas e tentava
Gritar mas não satisfeitos enfiavam suas
Unhas em meu pescoço e arrancavam
Minha garganta dilacerada e arrancavam a
Minha voz e devoravam-me vorazmente e
Procurei a minha cama e minha cama
Tinha virado inferno e vi almas assombradas
Como a minha a serem devoradas pelos demônios e
Capetas e satanases e meu suor não era
Sangue doce era sangue salgado coagulado
E o calor era tanto que sequei e o fogo me
Queimou todo que virei cinzas infernais
No pesadelo do inferno de Dante.
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