terça-feira, 29 de setembro de 2015

MIKIO, 64; BH, 0270202013; Publicado: BH, 0290902015.

O dom que adorna a vida, é o que
Todo vivente deveria almejar, o dom
Saliente, que ressalta as excrescências
Das reentrâncias e põe à luz nossas
Cadências, na marcha pelo fim  da
Obtusidade; se não acabarmos com
A obscuridade, nos afogaremos na
Mediocridade; e temos que querer nadar,
Mesmo em águas profundas, das quais
Lutamos para chegar ao fundo; e é no
Fundo, depois da lama, depois do lodo,
Que encontraremos os tesouros, que tais,
Adornarão as nossas vidas; se ficarmos só
No conhecimento superficial, onde dá pé,
No raso, na beira, não abarrotaremos
Nossos alforges; nem sei por que digo isto,
Talvez seja pela necessidade primordial
De alcançar o topo; os holofotes cegam-me,
Turvam-me as luzes dos faróis; com visão
Infravermelha, prefiro andar melhor nas
Trevas, enxergar com os mapeamentos
Das retinas; e aí, nesses recônditos
Posso pensar com a própria cabeça, comandar
Meus rebanhos, liderar as manadas nos
Estouros das boiadas; e quanto mais
Deus encontrar-me, mais solitário, distante,
Quanto mais indiferente for à luz falsa, mais
Tato terá a percepção e perfeita a intuição;
O dom é perseverar no discernimento,
Inda que nos cause estranheza às
Nossas entranhas e disfunção nos nossos organismos;
E com o fim das nossas inconveniências,
Intolerâncias, impaciências, não seremos
Mais domados e sim seres cheios de dons.

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