Cuidado comigo menina malina
Que sou um alfaque
Um recife camuflado pronto
A romper o casco do teu navio
Cuidado comigo menina
Sou um banco da areia movediça
Podes te afundar em mim
Sou uma cova funda
Uma sepultura uma campa
Com redemoinho ou sem
Podes te enterrar em mim
Sou um pego traiçoeiro
Um sítio de abismo sorvedouro voragem
A parte mais funda do rio caudaloso
O pélago do mar na maior profundidade
Para ti encontrar em mim
É só usar a pelagoscopia
Mesmo assim não vão te encontrar
Será preciso contratar um alfaqui
Sacerdote legista entre os muçulmanos
Para recolher das profundezas
Teu pequenino corpo alfanjado
Retalhado semelhante a alfanje na
Cabeça alfanjada golpeada
Os miolos a servir de comida
Aos peixes-galo alfaquins
Cuidado comigo menina malina
Que sou menino ruim
Não acreditas em meu amor
Não aceitas a minha paz
Que morrerás afogada
Não saberás do que sou capaz
Perguntas ao alfandegueiro
O contrabandista que sou
Perguntas ao bandido alfandegário
Que por dinheiro me deixa fazer tudo
Ao empregado da alfândega que me
Deixa passar com meus cadáveres embalsamados
Nenhum comentário:
Postar um comentário