Esgotaram-se a fonte lírica o tema
Romântico a meta sensorial
É proibido sentir emocionar o
Belo existencial a cultura que se
Cultua hoje é o fisioculturismo o
Bisturi substitui pena a estética
Corporal a palavra enjoa-se da
Leitura bane-se o pensamento
Para os abismos inatingíveis a
Pressa do moderno substitui o teor
Da lembrança a memória é de
Alta rotatividade a recordação
Nada mais tem a ver com o coração
Canta-se o que não é canção
Louva-se com o que não é hino
O artista hoje é justamente o que
Não faz arte ai que saudades do
Bocage do Pedro Malasartes do Saci
Pererê do Bernardão esgotou-se
O estoque dos tortos só os certinhos
Estão com os holofotes vendeu-se
Por trinta dinheiros um naco de
Fama todos se diluem no beijo da
Traição poesia quem diria ode
Quem pode poema só sem teorema
Teoria desprovida de tese enxerga-se
Planeta no fim do infinito
Não olhamos nosso olhar pois a
Direção mudou de sentido
É sôfrego querer ser querido se não
Tiver um cifrão no lugar do coração
Se a mão estiver vazia sem uma
Moeda para trocar é certo morrer
De fome sem uma boca para beijar
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