Passei para a espécime dos alcionários
Sou agora um alcionário de divisão
Dos celenterados colariários
Cujos pólipos têm oitos tentáculos
À qual pertence o coral-vermelho
Peregrinei por Alciona não encontrei
A minha forma designativa
Vaguei por alcion me deformei
Mais ainda me transformei
Este alciocorne peregrino
Que tem cornos semelhantes aos do alce
Voltei de alcião nada achei
De mãos vazias me desesperei
Sem a qualidade do alcedinídeo
Sem a utilidade da espécime
Dos alcedinídeos família de aves
Caraciformes do bico longo direito
A qual tem como tipo o martim-pescador
Não tenho tipo não tenho forma
Quero todas as formas qualidades
Não tenho qualidades nem definição
Não sei o que sou
Não sou nem o chão
Com o tempo só vou me alcatruzar
Vou-me curvar em arco
Abaular-me de envelhecimento
Munir-me de alcatruzes furados
Abaixar não levantar mais
Curvar ainda mais o corpo
Dobrar o pescoço no peso da idade
À velhice vazia fria morte
Sem formar um contexto
Só curvo desajeitado frágil
Alcatruzado de tanto ser abaulado
Exausto até para morrer
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