A vizinha
Não gosta de mim
Não olha para mim
Nem sorri para mim
A vizinha
Odeia-me
Vejo isso
Em seu olhar
A vizinha
Não deixa
A janela aberta
Quando vai
Trocar de roupa
Não deixa
A janela
Do banheiro aberta
Quando vai
Tomar banho
A vizinha
Despreza-me
Enfeza-me
Congela-me
De nada adianta
Ficar prostrado
A vida inteira
Na janela do meu quarto
Que a vizinha
Nem sequer
Dá-me uma colher
Quando vai
Fazer qualquer coisa
E a janela
Está aberta
Trata logo
De fechar
A vizinha
Não entendo
Faço tudo
Para vê-la pelada
Dou minha vida
Para vê-la nua
Mas a cortina
Sempre me atrapalha
Sempre me priva
Dos meus desejos
Mas a vizinha
Sabe muito bem
Qual é o meu
Maior desejo
E a vizinha
Odeia-me
Porque não desisto
Do meu ensejo.
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