A evolução da espécie não passou por mim
Darwin não me catalogou nem conheci o
Processo de seleção natural sou um animal
Em extinção mesmo sem ser catalogado
Ou conhecido no mundo da biologia
Biólogo nenhum conseguiu descobrir em
qual infinito sinto-me estranho sei que sou estranho
Esquisito gostaria dum estudo a
Respeito de mim de conhecer uma tese
Para poder me conhecer eu mesmo não
Sei me desvendar vivo enraizado no
Meu quintal cisco no terreiro piso nos
Seixos das estradas me perco nas
Pradarias encosto-me nas encostas
Olho o musgo as folhagens as
Torres das igrejas as ruas vazias com
Suas vivas poesias meus rastros já
Se dissiparam no vento meus restos
Caem dos outeiros tais quais as moinhas
Sinto-me uma erva daninha
Um ser sentado ao rés-do-chão
Com a poeira a cobrir-me da cabeça
Aos pés magoados permaneço
Entorpecido então não me movo não
Sei se é o efeito da cicuta minhas pernas
Estão dormentes não as sinto mais
Tento arrastar-me pareço uma
Serpente minha língua bifurcada está
Áspera de víbora de cobra tento fazer
Com que a Eva morda minha maçã
Cicio quando tento falar ao esmagarem
Minha cabeça com o calcanhar não
Sentirão o sangue de tão frio que estará
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