segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Levantei a aba do meu chapéu; Varanda da Marechal Marques Porto, 131; RJ/SD; Publicado: BH, 050902012.

Levantei a aba do meu chapéu
Ababadei-me todo
Para poder encontrar
Com a morena abaçonada
De repente num salto
Quem foi que apareceu?
A sair de dentro da moita
A sair de dentro da mata
De dentro da noite sem luar
Num grito de loucura
Abaçaí me interrompeu
Ficou no meu caminho
Falou que dali
Não ia sair
Que não era para encontrar
Com a morena arroxeada não
Que ia me impedir
De ver de tocar
Aquela pele amorenada
Roguei por Tupã
Implorei a Abaçai
Saias daqui gênio louco
Maléfico doido
Tu não vais me perseguir
Tu não vais me segurar
Aquela santa amorenada
O bom espírito já me deu
Procuras outra alma
Procuras outro ser
Para assustares
Já tenho o amor dela
Não tenho mais medo de ti
Tu podes te danar
Abaçaí gemeu.
Chorou esperneou
Quando veio um trovão
Um raio de luz caiu
Assustado com medo
Abaçaí fugiu
Foi então que o deus Tupão
A sorrir alegre para mim
A mostrar-me a trilha iluminada
Por entre a floresta
Que tinha que seguir
Agradeci em oração
Entrei na mata
Logo mais depois
Encontrei a donzela
A perfeita dona do meu coração

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