Cara à cara te encarei
Num tête a tête te falei meu
Bem vem agora chegou a hora
Quero ser um alguém cansei de
Ser ninguém desfilar diante de
Indiferentes não ser alvo de olhar
Quando passo todos fecham os
Olhos colam as pálpebras com
Cola tudo goma arábica
Embaraçam cílios pestanas para
Não abrirem mais os olhos as bocas
São costuradas como se fazia
Antigamente com os sapos
Para não falarem meu nome
Todos quando pensam em mim
Pensam que sou um vodu me
Enchem de agulhas clavas estacas
Por todos os lados tu ainda
Persiste a molhar o dedo na água
Para colocar uma gota em minha
Boca traz o medalhão cheio de
Mel o peito cheio de leite é
Por isso que até agora não morri
De fome teimo na ideia
Dum dia ser um homem quem
Sabe que com o tempo as coisa não
Mudam deixo de ser mudo
Cego surdo comece a cantar
Pelo mundo minhas epopeias?
Talvez Homero se reencarne em
Mim eu também faça a minha
Ilíada a minha Odisseia
Faltam-me ousadia audácia fé
Coragem como teve Davi sabedoria
Como teve Salomão força como
Teve Sansão num cepo transformaria
Minha mão a esmagar cabeças a
Decepar pescoços consertar os erros das
Vilãs nações criar para a eternidade
Umas novas gerações.
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