Era um dia que nunca chegava
Se tornou noite uma noite que
Nunca se tornou dia chovia
Tão torrencialmente até dentro do
Meu coração era uma chuva ácida
Que me desfolhava a pele
Derrubava os meus cabelos fiquei
Sem pelos todo em carne viva
As solas dos meus pés foram destruídas
Deixava rastros de sangue
Por todo lugar percorrido pelo meu
Fantasma vermelho procurei um
Lençol para me esconder pois
Assustava a todos inclusive aos
Cegos que encontrava nos entraves
Que queres tu? perguntavam-me
Os mudos passavam por mim
Como se eu fosse um ser de ficção
Cientifica um criador de efeitos
Especiais em 3D um desenho animado
Para ganhar um oscar da academia
De cinema surrealista espantei
Dali cubista desdenhei Picasso
Mirei Miró contei a história aos
Surdos a todos aqueles que não
Sabiam o que diziam nem o que
Faziam não inventei novidades compilei
Do céu as estrelas amarrei-as ao infinito
Pois estavam soltas corriam para
Lá para cá algumas caíram dentro
De mim enfim a chuva parou
Em meu coração raiou o sol do
Meio-dia vi Zarathustra a passar
De costas não retirei as sandálias
Pois já estava descalço sem as correias
Que prendiam as solas dos meus pés
Nenhum comentário:
Postar um comentário