Antônio
Esperou o Bianco fechar a venda
Para fechar a vida do Bianco
Antônio
Esperou o homem no meio do mato
Para poder mata-lo em emboscada
Antônio
Era daquele que bebia cachaça
De cabeça a saída na hora do alambique
Bebia a cachaça ainda quente a esfriar na cuia
Antônio
Era alambiqueiro
Antônio
Era cachaceiro
Antônio
Era uma serpente
Esperou o pobre homem
Que ia sempre a pé
Para à casa na Vila Barreiros
Todo noite ia pelo mesmo caminho
Sempre a pé e sozinho
Nessa noite fatal fechou a venda
Foi e foi fechado e não voltou mais
Antônio
Esperava por Bianco na boca do mato
Da beira da estrada que levava à vila
E então assim no alto da noite
Quando o vendeiro passou por onde
Estava escondido o alambiqueiro que
À traição matou o homem vendeiro
Com um pau de fumo matou e saqueou
Despachou os miolos do Bianco do crânio rachado
E deu tantas pauladas que a cabeça do pobre
Ficou desse tamanho aqui achatada
E foi o pau de fumo pau pesado e cruel
Onde bate e pega ai meu Deus do céu
Arrasa e o pau de fumo comeu
E o pau de fumo arrasou
A cabeça do Bianco na noite má assombrada
E foi perto do cemitério
E das mãos limpas do Antônio
O fantasma branco do Antônio
Que não se arrependeu
E só se arrependeu por ter roubado
O dinheiro do homem depois de morto
Pobre Bianco
Pobre e desgraçado
Amaldiçoado e inútil Antônio
Podre Antônio.
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