Sem modéstia se não for para fazer obra de arte
Se não for para fazer obra-prima nem pego na
Caneta pode até não sair mas o intuito meu
É só criar obras-primas obras de arte
Para a literatura universal em tudo
Que almejo escrever penso que sou o maior
Escritor que a humanidade já produziu
Em tudo que aspiro na poesia penso
Que sou o maior poeta que Deus já criou
Desde o Gênesis sem modéstia se não for pela
Cultura maior pura aplicada me faço
De égua tem que ser pela para a cultura
Fora disso não tem nem esboço não tem croqui
Não tem nem tentativa de discutir um projeto
Não abro nem a boca para nada faço tal
Qual o poeta do romance "Os Maias" do Eça
De Queirós que tapava o nariz diante daquilo
Que não era cultura era taxado de vil
Excremento por falha-me agora a memória
Não me veio o nome mas depois Ega João da Ega
Deixo aqui registrado para voltar ao que não
Foi continuo a realçar que não vale a pena
Escrever sem inspiração é o mesmo que
Escrever com banalização a fugir nas regras
Nas teorias a se esconder nas teses nas vis
Fórmulas falsos estilos retórica ambiguidade
É por isso que quero só flanar no que
É bom na arte quero um mar de rosas
Um céu com mel um pão-de-açúcar um
Cristo redentor uma pedra da gávea um morro
Dois irmãos em suma um Rio de Janeiro inteiro
Dentro do meu coração ir à Iasnaia Poliana
Encontrar com o fantasma do Leon usufruir
Do ectoplasma para me fazer conhecedor
Das artimanhas de tão grande escrevinhador
Quando pedirem-me um poema: eis aqui
Quando pedirem-me uma poesia toma lá
Quando pedirem-me uma poema olha a lufada de
Vento que se desgarrou do vendaval levou de
Varada toda a dor do mundo para o lodaçal
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