terça-feira, 12 de junho de 2012

Após a minha apostasia; BH, 0180801999; Publicado: BH, 0120602012.

Após a minha apostasia
Depois de meu abandono renúncia
À minha própria crença doutrina
Opinião sobre mim mesmo as
Coisas que me cercam
Tornei-me num desacreditado
Em seguimento ao meu comportamento
Perdi a minha aposentadoria
Como poeta escritor frustrado
Em seguida ao meu aposentar
Afastei-me definitivamente
Sem vencimentos do cargo efetivo
Dos vocábulos tentativas literárias
Hospedei-me Arthur Bispo do Rosário
Num asilo para loucos esquizofrênicos
Para abrigar-me pelo menos da fome
Já que minha fome de saber
A havia perdido há muito tempo
O meu aposento era um calabouço
Uma dependência duma casa de detenção
Um quarto sem porta janela
Só correntes grilhões nas paredes
Bolas de aço presas nos pés por argolas de ferro
Mais pesadas que o meu próprio peso
Só dormia nesta hospedagem
Que mais parecia um portal do inferno
Com a minha camisa de força
O meu sinto de castidade
A máscara mortuária de bronze
Era a minha câmara de tortura da inquisição
Fornalhas fogueiras braseiros
Inquisidores que mais pareciam açougueiros
Faziam-me vomitar o que não comi
Não poderia acordar se nem dormir
Meus sonhos eram pesadelos de heresias
Do herege que seria retalhado em praça pública
Para validar uma crença que não era minha

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