Se num dia tivesse nascido hoje
Com a devida firmeza que o homem de verdade
Deve ter a carregar dentro de si no ser esta falta
De aplomb não me deixaria tremer tiritar como
Se estivesse com frio não tenho a segurança que
Tem a aranha na hora em que pula sobre a mosca
Nem tenho a desenvoltura do peixe ao nadar ou
Da serpente ao saracotear ou da tartaruguinha
Recém nascida a correr para as ondas encapeladas
Do mar o aprumo das grandes árvores? isso aí é o
Que nem posso cogitar tenho em mim é as pragas
Do apocalipse ou que diz o livro do Novo
Testamento da Bíblia que contém as revelações
Feitas a São João a catástrofe escondida na alma
A hecatombe protegida pelo espírito sou é um ser
Apocalíptico a besta a supressão dum som no
Final dum vocábulo uma apócope apócrifa
Desconhecida não sou autêntico nem tenho
Autor só o medo a covardia a falsidade a
Fragilidade da pétala sem flor na hora do
Vendaval com o seu furor ou o palhaço sem
Circo que todos só sabem apodar dirigir por
Apodo de zombaria de gozação ninguém
Acredita que seja motivo de seriedade de
Apoio todos me veem um ápode sem sapatos
Meus pés foram cortados não sei andar por
Minhas próprias pernas todos querem
Apoderar-se de mim apossar de meu nome
Sobrenome alcunha a deixar-me apodrecer
Esquecido no fundo dum caixão de segunda
Categoria feito de madeira de caixa de sabão Mossoró
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