Não tenho nada para voar
Nem uma aselha de anjo
Uma pequena asa de joaninha
Uma asinha qualquer do meu
Tamanho ou um par de asas
Na bunda sou menor do que
O pequeno semicírculo de
Linha retalho de fazenda em
Roupa de algodão não sou o
Botão nem sou o colchete
A agulha o alfinete não tenho
Onde me enfiar enfiar a
Cabeça sair da caverna sair da
Gruta o tempo passou virei
Asfalto vi asfaltar as pedras
Revestir os caminhos as
Estradas de terra vi o asfáltico
Matar muito lugar de árvore
Boa vi com variedade de
Betume que resulta de
Destilação do petróleo bruto
O asfixiar da terra a suspensão
Da respiração a sufocação da
Natureza com massa asfixiante
Pesada não deixar a terra
Respirar só o asfixiar do
Terreno produzir o fim do
Carro de boi sufocar as
Poeiras das estradas sentir a
Terra sufocada causar dano
Ao ar próprio volta de novo
Estradinha antiga tira o
Asfalto agora volta o pé
Descalço no paralelepípedo
Volta o pé descalço a pisar
O pó tira o asfalto de cima
De mim quero gemer de dor
Ao pisar com pés descalços
Os seixos quentes do meu chão.
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