Quando tocar o apito final do jogo
A morte apitar que chegou a nossa hora
Não adianta chorar de jeito nenhum
Quando der o sinal do palpite
Olharmos nos olhos do espelho
Depararmos com o que sobrou de nós
Começaremos a bufar a arrancar os
Cabelos por não reconhecermos no
Mergulho no espelho os nossos
Espectros quando esse pequeno
Instrumento de sopro que produz som
Agudo vibrante retinir será grande
Demais para nós nos ensurdecerá
Nos esmagará com a potência o peso
Do seu som o dispositivo que produz
Semelhante em máquinas caldeiras
Fábrica também romperá tímpanos
Martelos bigornas trompas estribos
Tubos nossas entranhas com o mesmo
Som mortal produzido só a morte faz
Aplacar o ódio a ira abrandar a raiva a
Cólera serenar a procela a bravia
Tormenta que machucam nossas vidas
Só a morte faz mitigar nosso sofrimento
Moderar nossa ansiedade extrema
Suavizar nosso desespero aliviar nossa
Dor nos ensina a ceder a tornar
Plácido nosso semblante a morte é
Aplacável nos faz parecer crianças a
Dormir serenamente nos faz parecer
Pedaços de madeira que alguém
Experiente profissional veio alisar com
Plaina afiada aplainar nossa face dura
Com cuidado aplanar nossos relevos
Para nos fazer parecer com cadáveres
De gente de verdade a morte faz tornar
Plano o nosso destino faz remover as
Nossas dificuldades até que os vermes
Traças cupins lagartas larvas venham
Aplaudir a chegada de nossa carne à terra
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