sexta-feira, 14 de julho de 2017

A minha vontade não é fumiflamante não sinto arder meu ânimo; BH, 070802006; Publicado: BH, 0250702014.

A minha vontade não é fumiflamante não sinto arder meu ânimo
Nem tenho a disposição como a que lança fumo gostaria até
De ter o ser fúmido em brasa o espírito fumífero aceso o sou
Fumífico a queimar de ufanismo porém que nada nem a cultura
Da fumicultura do fumo ou tabaco tenho para apresentar mas
Para por aí não sou fumicultor pelo contrário sou só aquele
Que cultiva a paz o amor anda em busca da felicidade
Penso que ficarei bom só com o tempo como o que é
Pendurado na trave no pau sobre o fogão onde se colocam
Carnes toucinhos para defumar só com o tempo é que serei útil
Apesar de ser antigo tal qual o fumeiro que já foi uma história
Gostaria de sentir de verdade o meu cérebro fumegar minha
Inspiração lançar fumo a criatividade atear-se tomara que a
Minha cabeça um dia se transforme num vulcão fumegante a
Arder de paixão a queimar de ideias mas não sinto mais em
Mim o fumear da vida não sinto em mim o que pode ser fumável
Bem o fumatório da época não deixou restar nada mais em
Mim foi-se a ilusão na fumarola a que não é a da emissão de
Gases produzida nos vulcões não fico desperto com a fumária
A planta medicinal da família das Papaveráceas quando fico
Fumarento igual ao que deita fumarada não é nada que quero
Difundir não é a ciência que quero expelir é o fumarar da
Decepção a fumaraça do erro da vergonha da enganação
Da falta do entusiasmo que nunca tive o ânimo que sempre me
Faltou nas maiores agruras a fiadeira nunca pode perder o fio da
Meada a tecelã não pode errar a mão a fiandeira então
Tem que ser a artista que vai do fiadilho que faz o cadarço
À parte que não se fia dos casulos de seda quando fui tecido
Alguma coisa faltou nenhum segredo nunca me foi confiado
Baseado em fatos reais até hoje evito comprar fiado por falta
De fiador pois como mau pagador nunca encontrei abonador
Outro garantidor qualquer evitou enfiar a colher ou ser o responsável
Pelo pagamento de letra canção vale duplicata aluguel que já
Deixei por esta vida à fora estúpido tudo culpa de tua estupidez
Que continua a mesma ainda hoje no dia 12 de janeiro de 2007
Adentrado à terceira idade nos teus 53 anos a parecer ainda mais
Estúpido do que antigamente sei muito bem disto estúpido vil tão
Vil estúpido que quando ando nas estradas meus passos não
Deixam rastos meu corpo não deixa sombra sou réptil de tão grande
Vileza que não deixo marcas no pó nem deixo pegadas na poeira
Das estradas por onde andei estúpido às vezes preciso me chamar
De estúpido gritar bem alto ao meu ouvido estúpido para ver quando
Acordarei da minha estupidez só me causo estupor vivo no estado
Mórbido do doente que imóvel não reage a estímulos externos nem
A perguntas tudo pela estupidez que me causa esta paralisia repentina
Da qual não sei sair por ser pessoa de más qualidades muito feia
Não tenho um sonho nem ambição sou o braço direito de Onan
Trago a libido só na palma da mão corpos já não atraem-me beijos
Há séculos que não sei o que são carinho amor sexo em suma já
Perdi a tesão o que penso engraçado é que tem gente que diz que não
Escrevi com o coração não consigo entender isso pois além de
Escrever com o coração gostaria de escrever com o sangue que pulsa
Dentro dele assim aprender a liberar a dar liberdade toda total à
Poesia que pulsa dentro do ser sem sossego com desassossego
Com arte com obras-primas com literatura com cultura um dia quem
Sabe quem me dera deixar alguma referência na língua mesmo para
Quando já estiver morta como um fenomenal guitarrista que sabe o
Que faz com uma guitarra nas mãos o excepcional jogador que sabe o
Que faz com a bola nos pés quero saber o que fazer com as letras as
Palavras os verbos com o tempo o pensamento as ideias com a
Vida a alma o espírito com o ser a voz o olhar ai quem me
Dera saber compreender entender ai quem me dera espaço
Universo aquém além paralelas música música música estou a morrer
É o fim música estou triste é o fim olhei para atrás não me transformei
Numa estátua de sal mas também não deixei nada nem marcas nos
Caminhos só a treva fria da qual foi a minha vida a formar penumbra

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