Gostaria de ter lido o que escrevo Para poder ter uma ideia De como os leitores sentem as obras Que os apresento admito Não é fácil converter pessoas em leitores Não é fácil atrair ledores Para letras palavras Linhas frases Sentenças orações Períodos palavrões Para palavrões Se são os do mais baixo calão Se são dos mais cabeludos Dos mais pornográficos Pode-se até conseguir uns neófitos Uns carolas beatos pela literatura Se não for assim Pelas vias normais Não é capaz de aparecer um simpatizante Um adepto para este evangelho apócrifo Não há pregação que os convença Não há sermão que os converta Desta forma não dá como saber o impacto Se há algum erro Se há algo interessante Bem Não faz mal Penso que continuarei a levar a vida De pseudo escritor De falso poeta De fingidor inveterado Um dia Se sair das trevas Se a obra ouvir o fiat lux Ganhar vida própria Como um fantasma Se tiver transformado-me Idem num fantasma lá no limbo Ficarei satisfeito lindo Algum átomo das minhas cinzas Fará chegar até a mim A notícia dessa levitação |
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segunda-feira, 17 de julho de 2017
Gostaria de ter lido o que escrevo; BH, 02201102013; Publicado: 070502014.
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