Todo o meu pensamento gerado é impensável tudo o que penso
É do tipo que não se pode pensar ou supor sou do jeito de ato
Impensado mesmo meu gesto é de louco vivo como um imprudente
O que é inesperado é o que mais faço de tanto ser imprevisto o
Meu destino penso para tentar pôr fim à minha estupidez quanto
Mais penso mais abrangente cabe em mim o título de estúpido leio
Livros em vão consulto enciclopédias não consigo formar a meu
Respeito uma objetiva opinião é assim que se não consigo formar
Um conceito para mim ser tão imprudente tão mesquinho o que
Quererei formar para a humanidade? toda a minha verdade só cabe
Num grão de areia com sobra o universo inteiro é pequeno para a
Minha mentira infinita falsidade o cosmo é pouco para suportar a
Farsa não encontro em rocha nenhuma respaldo para a minha obra
Tudo cai no precipício se perde na procela por falta de sentido
Hoje o que penso o que crio qual a importância desta existência que
Tento levar? quem me levará aos braços da minha Ode à Alegria? quem
Será o meu Schiller? quem será o meu Beethoven? não tenho respostas
No meu tempo de menino voava hoje se quiser voar tem de ser com
Avião qual o menino que voa hoje? qual a infância a criança tem hoje? no
Meu tempo de menino nadava em rios tomava banho de cachoeiras
Escorregava em lajedos hoje o que a meninada tem é shopping é o big
Mac o telefone celular o computador os games acabou-se o chão a
Terra o pau o graveto hoje acabaram-se os bichos de quintal tudo foi
Esquecido pelo pensamento agora são os condomínios do pavor os
Edifícios fechados do terror a teoria do medo a tese do pânico coisas
Que naquele tempo não conhecíamos assim tão acentuadamente
Tínhamos medo de lobisomem mula-sem-cabeça saci-pererê a mulher
Da trouxa hoje temos medo de viver temos medo de existir às vezes
Até imploramos pela morte na esperança de encontrarmos a felicidade
Atualmente o que impera é a loucura penso que seja a pior loucura
Pior até do que a de Erasmo de Roterdã a sociedade enlouqueceu a
Política também a polícia os bandidos o povo enlouqueceram-se os
Políticos ninguém mais se entende no anseio da humanidade todos
Geramos problemas angústias dores ansiedades todos geramos
Loucos loucuras psicoses paranoias é a geração de neuróticos
Alienados culturais mentes incapazes de gerarem ideias seres sem
Ideais qual é a perspectiva de combate à miséria à pobreza à
Desgraça da humanidade? nenhuma penso que éramos errados estamos
Errados continuaremos errados penso que o mundo está errado não
Há perspectiva de acerto ainda mais que penso cada vez mais que Deus
Nos abandonou duma vez por todas penso que Deus não voltará
Nunca mais aqui por mais que nos penitenciemos por mais que nos
Arrependamos remiramos oremos a pedir perdão a volta de Deus
Creio que jamais retornará à face para o nosso meio agora é de vez
A nossa perdição quem quiser que tente igual tento endireitar
Acertar quem quiser que busque por conta própria uma saída uma
Resposta uma resolução para o próprio caso morrerá na praia sem fé
Sem esperança sem quem o estenda a mão quero por fim a este
Recital de palavras não dirigir aos meus leitores que não os tenho
Nenhuns nem dirigir a mim pois nem mesmo sou meu leitor
Pois detesto abomino ler o que já escrevi dirijo-me pois então aos
Meus espíritos aos que estão dentro ou fora de mim estes escritos
Se servirem dalguma coisa um dia servirão a vós dirijo-me aos meus
Fantasmas aos simulacros que tento passar daquilo que sou sem
Nunca ter sido dirijo-me às minhas sombras aos meus pensamentos
Perdidos a luta contra a mediocridade é árdua eterna é necessária
Muita seriedade quem não tiver não conhecerá a verdade se
Existir por aí outro a pensar assim igual a mim a buscar a procurar a
Correr atrás da evolução da felicidade do sonho da mudança de
Destino ainda a querer fazer a própria hora não pares continuas cada
Vez mais ânimo rapaz lucidez um dia chegará a nossa vez um dia
Também nos encontraremos em cima do arco-íris cantaremos juntos
Com os pássaros azuis que voam na imensidão
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