segunda-feira, 17 de julho de 2017

Meu medo é que a minha literatura seja considerada um lixo; BH, 0210220402008; Publicado: BH, 030702014.

Meu medo é que a minha literatura seja considerada um lixo
Cisco sujeira imundície não ganhe o Prêmio Nobel ai aí
Ficaria muito triste poderia até vir a morrer antes que fique
Conhecida porém se for para ser considerada uma coisa
Sem serventia um excremento uma loa de discurso laudatória
Uma apologia ao kitsch à obra de arte ou literária cuja intencional má
Qualidade (penso que não seja meu caso) ou mau gosto desagrada a
Uns mas agrada a outros prefiro que fique no limbo esquecida
Que nunca seja desvendada nem lida por ninguém que seja uma
Obra fantasma ou pirata que só Deus saiba qual será o caminho
Dela gosto dela porque fui o que a criei é minha filha já está a
Entrar na terceira idade nasceu praticamente quase junto comigo
Tem mais ou menos quase a minha idade começou quando era menino
Estudava no Grupo Escolar Teófilo Otoni quando já era incompreendida
Já não era aceita pela professora da época lembro duma cujo nome
Esqueci mas morava na Rua Victor Renault no Bairro Marajoara fazia
Questão de criticar minha redação na frente da sala pois achava que
Fantasiava demais era muito inventivo nas redações aí destruía
Item por item da redação o que me deixava praticamente
Desmoralizado humilhado na frente da sala coitada dela hoje penso
Que é a que não tinha gabarito suficiente para ser uma professora
Primária a pior coisa para um autor penso é ver a obra dele ser
Descaracterizada por mais pobre insignificante que seja mas é uma
Obra foi parida por alguém tem um pai tem uma mãe merece toda a
Consideração tem que ser lida analisada conferida pode até ser
Criticada mas jamais destruída apagada na fonte ceifada no canteiro
Arrancada no terreno pelas raízes se for para sofrer assim que sofra
No lugar dela que seja amarrado num pau numa pequena ferida que
Seja aberta no meu corpo para que moscas varejeira depositem ali os
Seus ovos que seja devorado vivo lentamente pelas larvas dos bichos
Das moscas mas que minha obra seja respeitada que ganhe vida própria
Que a humanidade desfrute dela como uma comida indispensável à vida
Um remédio indefectível que não falha de cura infalível quero que a
Minha obra seja o que não se destrói nem o que perece assim
Lamentavelmente quero que seja indestrutível uma Ilíada uma Odisseia
Tal qual também a obra de Camões Os Lusíadas obras imortais que desde
O nascimento até à presente data já enterraram bilhões de pessoas
Continuarão a enterrar espero que a minha um dia faça parte dessa
Verdadeira tropa de elite da literatura universal que eu perca o medo de
Apresentar as minhas obras às pessoas que perca o medo de que não seja
Aceita que não sofra muito com a rejeição não sou niilista nem adepto
Do niilismo penso que não terá a redução a nada nem fará parte da
Descrença absoluta quero-a com nexo com união com vínculo na relação
Das coisas das ideias entre si quero-a como sempre eterna infinita
Reconhecida quero-a mais do qie a morte aprender com ela aprender a viver
A escrever a melhorar dos males das doenças dos defeitos aprender
Para chegar à perfeição não eu porém ir com ela aonde for qual
Seja o destino dela é por isso que escrevo à toda hora sem hora certa
Quem sabe um dia acerto crio uma obra-prima inesquecível? de grande
Valor para a humanidade? é por isso que sou prolixo quem sabe um dia
Não deixo aí no meio deste lixo uma obra de arte? tudo é possível inclusive o
Caos o nada tudo nasce da poeira da poesia ela existe desde antes da
Bíblia da pré-história do big-bang penso que seja até mais antiga do
Que o universo só não tinha ainda sido desvendada por um poeta afoito audaz
Inspirado um poeta cheio de imaginação de criatividade pois se tivesse
Acontecido há mais tempo muito mais prazer teria nos dado não carregaria
Comigo esta ideia temerária de que a poesia que forma a minha literatura não
Seja digna de ser incluída no espólio clássico erudito cultural dos que formam
Os acervos da humanidade do aquém até depois do além

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