quarta-feira, 19 de julho de 2017

Prefiro morrer de morte súbita a ter que celebrizar-me nunca; BH, 02501002000; Publicado: BH, 0300102014.

Prefiro morrer de morte súbita a ter que celebrizar-me nunca
Quererei ser um célebre com qualidade de celebridade a falsa
Notoriedade na mídia com grande fama notório fator nos
Meios de comunicação jamais serei digno de admiração de
Respeito serei sempre este ser esquisito que não sabe
Concluir nem ato nem contrato não sabe dizer missa nem
Engrandecer a si próprio negarei renunciarei a tudo que
Queira exaltar-me celebrar-me comemorar-me festejar-me
Com solenidade realizar com ritual apropriado qualquer ato
Celebrante qualquer celebração que venha pintar-me da cor
Do céu ao nascer ao pôr o sol na celagem do alvéolo do favo
O conhecimento que trago é menor do que o cubículo onde o
Condenado está na prisão celular na solitária minha sabedoria é
Menor do que o aposento de frades de freiras nos conventos
Nos mosteiros minha espiritualidade é ainda menor do que o quarto
De dormir muito pequeno a alcova a cela sou um ceifeiro da
Inteligência só sei ceifar a vida como o cortar dos tendões de aquiles
Dos cereais segar abater com foice ou outro instrumento
Apropriado as cearas maduras pode me assassinar permito pois
Antes de amadurecer apodrecer tenho que passar pela ceifadeira
A máquina a mulher que ceifa a mortandade do ser o extermínio
Da alma todos os cereais que se colhem de mim podem ser jogados
Fora a minha colheita é infrutífera não tenho tempo para a refeição
À noite junto com a família a ceia fui morto por minha obcecação
Traído por meu fanatismo estrangulado por minha ignorância vivo
Em estado qualidade de cego tenho a incapacidade de ver a
Cegueira de quem não sabe enxergar nem pelos próprios olhos
Ainda acredito que dar a luz é receber a visita da cegonha nome
Genérico das aves pernaltas da família das cicônidas sim sou um
Homem que não vê não um nó difícil de ser desatado instrumento
Utensílio cortante com o fio gasto nasci privado do raciocínio
Alucinado igual ao meu filho privado da vista cego nasci para me
Ofuscar para me iludir me enganar só fiz perder atirar o fio me
Embotar diante da luz só busco o que pode me fazer perder a razão
A me alucinar não consigo me funcionar comigo me deslumbrar
Com tudo que pode impedir alguém de se cegar vivo às apalpadelas
Sem nada ver pior do que uma mulher cega não tenho teor cefálico
O que é relativo à minha cabeça ao meu cérebro é vazio de conteúdo
Meu legado é só a cefaleia a dor de cabeça crônica minha herança é só
A cefalgia ando para recuar ganho terreno para fazer concessão somo
Para diminuir nada pode me atenuar cessar meu pranto a insegurança
Abala-me a fazer-me mover para resistir só sei transigir conceder
Qualquer pressão me causa distensão o curvar-me sob o meu peso o
Distender-me para transferir a outra pessoa a propriedade o direito
Que ao nascer o destino soube entregar a mim nunca pararei de ceder
Continuarei a ser o mesmo cavalo-de-pau cavalete para ginástica ou
Saltos o giro violento que dá o avião sobre si mesmo a queda sobre
Uma das asas devido a acidente na aterrissagem ou na decolagem só
Que continuarei a chorar a verter quantas lágrimas puder enquanto
Existir crianças a sofrer violências abusos sexuais torturas agressões
Espancamentos tudo mais continuarei a perguntar se merecem
Continuar a viver pessoas que maltratam crianças

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