Oh minha obra Deus que te abençoe
És o meu filho gerado é com olhos marejados
Que choro estas palavras Deus que te dê caminho
Segurança pelos meandros da vida pois és
O meu tesouro as minhas pérolas a luz que
Ilumina-me me tiras da ruína purificas o sangue
Do meu coração oh minha obra que grande
Emoção ver-te partir que comoção sentir
Que podes ganhar o mundo levar benefícios
À humanidade boa sorte minha obra que
Deus afaste dos teus caminhos o azar que o
Universo fique a teus pés como não tenho
Nenhum anjo torto para me aconselhar
A ser alguma coisa na vida vais minha
Obra ser alguma coisa por este mundo a fora
Vais impostergável sem te submeteres sem te
Omitires sem te deixares desmoralizar não
Abras mão de tuas prerrogativas do teu brio
Do teu papel perante este céu azul que nos
Abençoa vais minha obra razão do meu viver
Não sou Camões que com um braço só nadou
No mar para Os Lusíadas proteger não deixou
Que a obra maior viesse num naufrágio
Perecer sei que já partiste a deixar-me partido
Estás a caminho da glória do clássico para
Transformar-te em pergaminho em papiros em
Manuscritos vivos alfarrábio de obras-primas
Bíblia da retórica poética calafrios de sentimentos
Arrepios de sentido êxito de sensação respiro
Fundo suspiro encho os pulmões de ar cada
Molécula de matéria é uma poesia que veio bailar é
Um poema que veio te formar dos três estados
Donde fui te moldar (sólido líquido gasoso) nos
Mais complicados teoremas em tudo que pude te
Encontrar procurei te tirar agora voas para longe
Do meu alcance tomas de ímpeto o infinito os registros
Abissais as cores nobres as certezas celestiais
Chegarás aonde não chegarei jamais pai coruja
Mãe amante tenho peito tenho seio tenho mama
Leite para tua aridez tua sede tua fome asas para
Tua fuga para longe da insensatez oh minha
Obra ruptura do meu útero fim da minha estupidez
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