Sou um cão neste mundo cão de maldição
Alimento-me sem solução bebo com
Hidrofobia agonia ansiedade maldade
Gerei epidemias vírus bactérias bacilos
Digeri ódio raiva rancor minh'alma
É horror meu espírito terror a reação
É de rabo entre as pernas o medo a covardia
O cão vira-latas que um dia virou sebo
Pois não sabia não procurou saber nem
Perguntou porquê? aceitou ser a coisa rústica
A causa do causo que não foi contado do
Pensamento que não foi pensado pelos
Trilhões de cérebros de cães sujos imundos
Estranhos bizarros que já rastejaram nas
Poeiras das areias dos desertos tais répteis
Tais aracnídeos tais pessoas peçonhentas tais
Seres nefastos tais os que têm o que comer
Sem se importarem com os que não têm
É hora de chorar sangue cão seco
Com seu olho seco canibais antropófagos
Sejam autofágicos cães nojentos retalharei
Seus cérebros em bifes comerei seus colhões
Em conservas como azeitonas ou à milanesa
Como se fossem de bovinos estúpidos ignorantes
O que me mata é ter que olhar seus
Corpos suas silhuetas suas imagens suas
Sombras sombrias nas penumbras do
Que representam quisera ver a cinza dos seus
Esqueletos o raio X dos seus ossos com todas
As fraturas expostas então mesmo com hidrofobia
Beberei seu sangue não permitirei que a minha
Figura seja formatada nas retinas dos
Seus olhos pois apesar de tudo detesto ser
Envolvido por trevas detesto a escuridão
Mesmo que a luz que me envolve não
Seja a do sol nem a da lua desde que
Não seja a luz do amarelo do seu pus
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