Até hoje não sei
Por que é que nasci
Coitado do meu pai
Coitada da minha mãe
Coitados dos meus irmãos
Até hoje não sei
O que vim fazer aqui
Para o que é que sirvo
Qual a minha utilidade
Tenho pena das pessoas
Que têm que me suportar
Coitada da minha mulher
Coitados dos filhos
Ter a obrigação de ter um pai
Medíocre ausente insensato
Um pai sem nada a oferecer
Coitada da humanidade
Ainda bem que
Tenho consciência
Tenho conhecimento
Da minha inexistência;
Coitado do céu
Da terra do ar
Coitada da água,
Que à minha sede
Tem que aplacar
Nenhum comentário:
Postar um comentário