segunda-feira, 28 de maio de 2018

Enquantos encantos encantados; BH, S/D; Publicado: BH, 0120902009.

Enquanto bebo a água a água bebe
Minha sede minha sede bebe a água minha
Sede não me bebe enquanto como a comida a
Comida come minha fome minha fome come a
Comida minha comida não me come
Minha fome não me come enquanto durmo
O sono o sono não me dorme como não me dorme
Não sonho o sonho não me alcança não
Alcanço o sono nem tenho esperança pois já que
Quem espera nunca alcança no meu desterro
De mim sou uma confusão confusa sem começo
Fim sou o caos ruim que não gera nada se
Tudo veio do caos de mim nada veio nada
Vem nada virá passo o tempo a me enganar
A vida a me iludir olho vejo não enxergo falo
Grito não emito opinião os sons chegam aos meus
Ouvidos só não consigo distinguir entre a
Realidade nem a verdade entram por um
Ouvido saem pelo outro não deixam vestígios
Do que ouço não consigo retirar alimento assim
Conformo-me firmo-me mais nas raízes no tronco
Do que é bronco fecho-me ao que é mais
Elementar ao melhor do principio sei que ao
Agir assim agravo minha ruína pois me
Dilacero não me divido em partes iguais
Entre as partes pois sou só um homem só o amor
Constrói como o homem não quer o amor como homem
Nada posso construir só destruir que é a coisa que
O homem sabe mais fazer com eficiência profissionalismo
Enquanto bebo o álcool o álcool me bebe minha sede
Bebe o álcool mais sedento fico sedento enquanto como
A carne a carne come minha fome a carne me come
Mais faminto fico famélico a carne é fraca mais
Fraco do que a carne sou o que só sou feito
De carne sem nervos sem ossos enquanto sou
O sangue do conformismo venoso a me conformar
Com tudo que é venenoso baixo vil asqueroso
Não me conformo com as coisas arteriais o céu
Azul a água fresca as coisas boas da vida
Até me entupo de bens materiais por enquanto
Esqueço a metafísica as coisas acontecem à
Revelia da minha vontade pois é sem força
Vontade sem ânimo ânimo sem ousadia enquanto
Não repudio o repúdio não posso querer ser diferente
O meu cadáver será apenas mais um cadáver sem
Assento nos anais da história da humanidade

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