Sinto um calor intenso não é da minha alma
É uma canícula que não sei donde vem meu
Pensamento magricela é insuficiente para me
Fazer chegar à alguma conclusão sinto-me uma
Isca presa num anzol com linha cana para
Pescar estou quase a ser engolido por um
Peixe sinto-me uma isca delgada um caniço
Frágil que não suporta sustentar uma pescaria
Em alto-mar por isso desprezo o demônio não
Prefiro as suas ações as suas intensões o
Mantenho sempre bem distante longe de mim
Por mais que esteja a me rondar a me sondar
Guardo-me como a parte não destacável do talão
Ou livro de recibos ou cheques não sou inábil
Nem procuro ser canhestro para viver realmente
Não uso normalmente a mão ou o pé esquerdos uso
Sempre os direitos não sou canhoto nem uso a
Canhota tento só iludir-me a pensar que o meu
Canhoneiro é a minha escrita a pensar que o meu
Bombardeio é o meu pensamento literário sem
Saber ou talvez até a saber que bilhões de pessoas
De seres humanos no mundo pensam fazem
Escrevem as mesmas coisas que escrevo ao querer
Bombardear com tiros de canhão é preferível na
Verdade escrever o que não venha a dizer que seria
Canhonear só a verdade o canhestro não é o dono
Dela o embaraçado tem é que procurar alternativa
Para desatar o nó o tímido precisa vencer deixar de
Ser o desajeitado que não sabe nada feito às canhas
Nada feito a extremidade superior das botas inferior
Das calças da peça de metal das fechaduras
Denominadas da artilharia do cânhamo a planta da
Família das urticáceas com que se fazem cordas outros
Artigos têxteis às avessas desajeitadamente como se
Fosse feito com a mão esquerda para quem não a tem a
Canha do canguru boxeador mamífero marsupial da
Austrália de até dois metros de altura que anda aos
Saltos não carrega o filhote no cangote ou na região
Occipital na mira sim na bolsa não o trata como
A um traste inútil de homem pessoa ou coisa velha ou
Imprestável cada um dos paus que compõem a
Canga o cangalho de armação de madeira que se
Coloca nas costas das cavalgaduras para segurar a
Carga que elas carregam dos dois lados cangalha
Dos óculos contra a miopia o conjunto das arma
Do cangaceiro o gênero de vida dos heróis históricos,
Que a sociedade queria fazer de bagaço de
Resíduo das uvas depois de tirado o seu líquido
Porém o cangaço reagiu o bandoleiro se voltou
Contra o criador o salteador se virou contra os
Banqueiros os latifundiários os coronéis os
Fazendeiros o cangaceiro reinou para derrubar o jugo
A submissão a canga não deixou que se prendessem
Homens no lugar de bois nos carros acabou com a candura
Do sertanejo ensinou-o a não ter mais qualidade de cândido
Com as forças dominadoras acabou com a ingenuidade a
Inocência do homem da seca a pureza do campônio a alvura
Do que vive na esperança que o governo trará a chuva na
Própria próxima eleição para fazer verdejar o sertão que o
Político do governo irá canforar misturar preparar com cânfora
Substância aromática extraída do canforeiro conferir cheiro
Novo à terra às feridas velhas às dores do abandono ao
Sonho canforado que não vem ficou tudo no papel assinado
Com caneta-tinteiro caneta com depósito para tinta a prometer
Depósito para água prometida através de pequeno tubo de
Metal a que se encaixa a pena de escrever que não tem pena o
Sol forte a secar o sal grosso o cebo usado pelos cirurgiões
Para segurar o cautério da canelada da retirada o pontapé do
Retirante na canela sem caneleira sem a liga muito forte que
Os atletas usam nas pernas a não ser a árvore que dá canela
O pó feito da casca dessa árvore
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