Coitado não tem pupila em lugar nenhum
Nem comum não tem íris na pele nem nos poros
Coitado nasceu sem sobrancelhas com ausência
De pálpebras perdeu as pestanas os cílios
Parece uma rosa sem pétalas o coitado
O cristalino virou trevas o humor aquoso a
Retina viraram desertos de areias escaldantes
Deus sempre soube o que fez Deus sempre sabe
O que faz Deus sempre saberá o que fazer com
Ele é só ter um pouquinho de paciência
Em cada olhar nascerá um jardim
Cada olho se transformará numa fonte de
Água fresca num mar sereno num universo
Azul da cor do mar com clarividência
Pois gosto de dizer tudo com todas as palavras com
Todos os nomes pronomes sobrenomes não sei
Porque as pessoas gostam de comer as palavras
Dão-nos só a metade não demonstram vontade
Nem ânimo de pensamento raciocínio não sei o
Porque dessas coisas misteriosas densas opacas
Se as pedras se movessem, se arrastassem mudassem
De formas pelos caminhos se nos planetas as rochas
Nos recebessem com boas vindas se nas viagens
Através dos tempos encontrássemos sempre toda a
Sabedoria ou a verdade quando voltássemos à
Realidade o sentimento o sentido seriam outros
A vida teria direção o destino seria diferente
Sentiríamos segurança sentiríamos confiança
Coragem nada de medo da morte a morte
Seria até vista com bons olhos coitado nunca
Teve consciência não sabe emitir opinião nem
Participação na realização dum sonho assim
Procura só pesadelos dificuldades problemas ainda
A infelicidade coitado todo dia de manhã acorda
Enche o pulmão de ar olha com esperança
Nenhum comentário:
Postar um comentário