sexta-feira, 11 de maio de 2018

Gigolô, RJ, 1980; Publicado: BH, 030302012.

Quem me sustenta
É a mulher
Levanta às cinco horas da manhã
Sai sem tomar café
Sou o gigolô dela
Vivo às suas custas
É quem faz tudo para mim
É quem me dá de tudo
Até me dá amor
Quem me aguenta
É a mulher
É quem gosta de mim
É quem me ama
Não preciso de mais ninguém
Não preciso de mais nada
Não é qualquer homem
Que consegue ter
Uma mulher desta aqui
Igual à mulher
De quem sou o gigolô
É melhor do que Amélia
É a que é a mulher real
A mulher ideal
Com que tanto sonhei
Que tanto procurei
Só que não a mereço
Não mereço nem beber
Uma gota da saliva dela
Mas foi o destino quem quis
A me mata a sede
Ou me colocou
Em sua vida
Sou um calo no seu pé
Uma pedra dentro do seu sapato
Mas não posso fazer nada
Sou aleijado morto
Torto duro
Só mesmo a paciência dela
Deixa-me vivo aind
Coitada dessa mulher
Com quem que foi se meter
A vida dela não é boa
Foi arranjar um gigolô
Para sustentar foi querer
Um homem igual a mim
Mulher é essa mulher

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