Ai como gostaria de embeber-me de luz
De encher-me de luz de fartar-me de luz
Duma luz doce ligeira duma suave
Fugaz luz que não retardasse a entrar
Em mim que também não
Demorasse em passá-la a outras pessoas
Poderia ser a luz do sol das estrelas ou
A da lua quem me olhasse logo
Percebesse gritasse: nossa que sujeito
Iluminado passarei de fulvo para ser
Dourado de amarelo arrepelado arrepiado
Para brilho eriçado que deixe de lado
O lado gafeirento sarnento leproso
Selvagem bravio feroz o glauco de
Fel verde de humor esverdeado esmeraldino
A selvatiqueza de cão a selvageria do mundo
O selvagerismo do homem aí não se pode vacilar
Nem hesitar muito menos titubear é
Por já fim à hipocrisia com a luz
Augusta virtuosa com luz venerável
De gala ornamento enfeite sem malícia
Deixarei de ser mirrado seco sombrio
Não perderei mais a seiva nem no
Ardor dos estios nas noites sem estrelas
Não guardarei esse negrume cada vez mais intenso
Mais denso escuro como a noite sem luar depois
Deste ardor desta aurífera conquista
Deste almejado filão que vi neste sonho
Só a luta feroz pela paz e o empolgar-me
À exaustão pelo amor esta combustão de bom
Alimento a glória com extremo esforço
Que não me causa horror nesta luta
Titânica contra a rocha bruta que é a humanidade
Então sou nesta senda ardente nesta vereda
Causticante arbusto adusto ignescente
Que não chego a assanhar nem a irritar
Chego só a excitar de inveja da sacha que ardia não se consumia
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