Amanhã quando não nascer mais
Não tiver mais manhã país pais paz
Talvez não terei amanhã nem manhã
Faltará-me o útero onde me sentirei
Abrigado a placenta para aplacar
A minha sede sedenta da terra
Mãe que me alimenta daquela
Montanha que jorrava leite mel
Sentirei saudades do afago do dia
Da carícia da luz do sol do
Abraço do vento da companhia
Da tarde então será tarde
Para recuperar a felicidade a
Chuva virá não perceberei mais
Ficarei resfriado quando me
Banhar a correnteza me levará
Para o seio da terra só mais
Tarde meu cadáver será encontrado
Na calçada virarei personalidade
Vip com direito aos quinze minutos
De fama retrato no horário
Nobre do noticiário da TV amanhã
Já não quero nascer não será necessário
Sei o que irá não acontecer pois
Fuligem é assim o tempo é aço
Inoxidável a ferrugem não pega
O tempo é diamante incrustado em
Platina o osso da rotina
Envelhecido encardido osso sem
História passado glória que
Não terá galeria expositória
Para que os crédulos
Desfilem suas oratórias
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