terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Meu Nietzsche anticristo; BH, 0201202010; Publicado: BH, 0201202010.

A maior parte do tempo que passei foi a de desempregado
Do tempo é por isso que mato o tempo a lançar
Palavras ao vento velho vento que ninguém
Sabe donde veio nem para aonde irá velho
Vento a levar velhas palavras desde a primeira
A ser dita até a última gerada que já sai
Envelhecida engessada pelo reumatismo
Nas articulações velho universo dizem  que
Só tem alguns bilhões de anos de palavras
De sons ecos caos velhos velhos sem
Esperanças que têm as aposentadorias
Abocanhadas por todos velhas oligarquias
Velhos políticos que nem as operações plásticas
Os botoxs outros truques conseguem renovar
Velhas religiões a prometerem a neófitos carolas
Céus paraísos velhas igrejas modernas feudais
Todas com contas correntes em bancos (que grande
Incongruência que maior hipocrisia casamento de bancos
Com igrejas) com tecnologias avançadíssimas para
Que sejam depositadas as indulgências as ofertas
Medievais que garantirão a salvação dos fiéis
Novos pastores com velhas práticas não
Se acanham nem se envergonham
Pois sabem que o Deus deles também
Não está nem aí para as velhas manias
Que defendem em novos altares
Púlpitos brilhantes cheios de luzes de
Refletores ofuscantes ainda bem que 
Tenho um Nietzsche anticristo vivo lá em
Casa no fundo do quarto escuro na aurora
Com janelas trancadas enjaulado a uivar
Que fala com sons cavernosos a esmurrar
Paredes muros que me mostra todo
Dia Zaratustra a passar de costas
No fundo do monte em chamas...

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