Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrêlas,
Nossas várzeas têm mais flôres
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amôres.
Em cismar, sòzinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sózinho à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sábia.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Coimbra, julho, 1843
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