sábado, 9 de fevereiro de 2019

O que fico para fazer é brincar de procurar; BH, 0150200260102002; Publicado: BH, 01201102010.

O que fico para fazer é brincar de procurar 
Procuro tanto sem encontrar que chego causar ter
Engulho passo por um engulhar de náusea uma eterna
Ânsia de vômito de angústia agonia ansiedade
Qualquer enigma enunciado ou proposição formulados
Em termos ambíguos obscuros para decifração me
Deixam no chão sem reação tudo acho que é
Coisa difícil de definir de resolver acho que
Mesmo para mim sou enigmático misterioso
Que não sou enigmista nada tenho da pessoa
Que faz que decifra enigmas nem sou a
Pessoa que fala em enjambement técnica de
Verificação pela qual uma unidade sintática
Dum verbo se prolonga no verso seguinte
A gerar um encadeamento um cavalgamento
Procuro chego a enjambrar não encontro o que
Procuro acabo confuso envergonhado não
Passa o acanhar a vontade acaba por empenar-se
Sinto-me então enjeitado pior do que aquele
Que foi abandonado pelos pais acho que todos
Querem enjaular meu sonho meter-me em jaula
De medo peço ao mundo para não me desprezar de
Covardia grito para ninguém me abandonar
Temo se alguém não me aceitar me enjeitar
Como pessoa humana ser humano da raça humana
Da humanidade às vezes de tanto procurar
Repetir transformo-me em enjoadiço fico tal
Mulher grávida sujeito a enjoos sei que
Sou antipático sabido maçante reconhecido
Enjoado que não cansa de enjoar o mundo
Sei mesmo é causar enjoo em todos repugnar a
Classe dominante entediar a sociedade
Nasci para aborrecer a família sentir-me
Enjoativo comigo mesmo sou o tédio sou o
Aborrecido nenhuma mulher por mais
Desacreditada que seja quer enlaçar-se
Comigo não sei atar um nó ou prender com
Laços de amor uma vida à minha ou abraçar
Um corpo ou unir dois sexos diferentes ou enlear
Num enlace ou ligar sem enlamear
Acreditei até na união matrimonial mas
Deixei sujar com lama o lar a cama deixei
Manchar o sangue são vilipendiar o coração
Deixei denegrir a imagem o espelho ruiu
Ao tomar-me por exemplo sinto que não se faz mais
Homem como se fazia antigamente hoje resisto no
Sufixo nominal formado do latim que
Apresenta a variante forma palavras abstratas
Reconheço carregado de tristeza que o homem atual
Não está cheio de beleza nem de pureza acabou-se
A intrepidez a rapidez não é para viver sim
Para demonstrar morbidez na palidez da morte
Da delicadeza em propagar a maldade
Agora a carregar o peso de representar réptil tão
Abominável prefiro carregar a classificação do
Exúvio apêndice da parte superior dos frutos
Deixado pelo cálice como no fruto da goiabeira
Do araçá se pudesse ser exuviável como
O ser que pode mudar de pele sem perder a
Forma toda vez que me envergonhasse
De mim usaria a minha exuviabilidade a
Faculdade que tem certos animais de mudar
O tegumento a exúvia que é deixada pelos
Artrópodes por ocasião das mudas o que Fico para fazer é a procurar um lugar para esconder
Meus restos mortais ocultar meus espólios
Depositar meus despojos ser homem realmente
Não me deixa exultante meu espírito não
É jubiloso não possuo nada de alegre na
Alma meu ser nunca está contente nem
É meu não sou satisfeito tenho um tudo que existe em mim
Pode produzir úlceras não é só o ulcerar
Superficialmente não é só o exulcerar leve
Pega pesado no magoar um desgostar
Que exulcera o ente que prostra o organismo
Exulcerante sem recuperação sem alívio
Da exulceração princípio superficial de sofrimento
Moral que vai à profundidade é por isso
Que sempre continuo a procurar o fim dum
Princípio de úlcera duma exulceração que só
Faz-me viver no exílio do meu ente ao expatriar-me
De mim exular dentro da minha treva gélida
Para aonde fui degredado a mando banido devido
Aos meus pecados exilado por procurar não encontrar
Exul como todos aqueles que são êxules desmamados
Criança exúbere que não sabe existir em abundância
Nem produzir bastante ou fartar das coisas boas
Superabundar em sapiência exuberar em inteligência
Para extroverter-se a maldade verter para fora
A vontade de procurar sempre a verdade
A coragem de ser extrovertido para não deixar do
Lado de dentro nem mágoa nem rancor
Ao abusar da vontade de ter um ente extrospectivo
Com a energia voltada para fora como em espírito
Extroso livre com o fim da extrofia com o alívio
Do fim do vício de conformação dum órgão interno
O qual se acha situado fora da cavidade que
O deve conter sua superfície interna está posta
A nu que bom é o vazio particular da bexiga
Urinária onde qualquer um chega a perder-se
Ou a distrair-se como um de andar disperso
Outro que passa a divagar a extravagar tal
Fora do número da espécie da ordem da coleção
Que já neste fim cansado por teima do extravagancio
Em viver desregradamente em esbanjar em pândegas
No dissipar nas brincadeiras do procurar da minha vida
Extravaganciar na procura sem olhar o amanhã

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