terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Quando vagava à noite; RJ, 0210301998; Publicado: BH, 0170102013.

Quando vagava à noite
Pelas ruas de Teófilo Otoni
Embriagado até à alma
A cambalear o espírito
Bêbado mesmo de cachaça
À procura duma mulher
Para satisfazer meus desejos mórbidos
Geralmente dava
Com os burros n'água
Chegava em casa de madrugada
Deparava com a minha mãe
A esperar-me inda acordada
Ao me perguntar
Donde estava a vir
Respondia com grosseria
Estou a vir do inferno
Parecia mesmo um inferno
A zona do baixo meretrício
Onde saciava meus vícios
Enchia-me de blenorragia
Cancro tudo o mais
Quando cheguei à conclusão
Que estava perdido
Era tarde demais
Até hoje pago
Um preço muito caro
Por quando vagava à noite
Pelas ruas de Teófilo Otoni
Até alta madrugada
Minha mãe sofria acordada
Se inda não vejo tudo
Naquele tempo não via nada

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