Cansado da jornada da vida
Não me sinto mais afustuado
Como o que tem fustes de sustento
Tem haste de madeira de lei
Ou seja de firmeza rija
De estear os mastros dos navios
Perdi na minha trajetória
A parte principal da coluna
Entre o capitel a base de sustento
Perdi tudo com o meu sofrimento
Lancei palavras ao vento
Chorei de mágoas no relento
Com a minha afusão de fé
Meu derramamento de luz
Quando toda se ecoou de mim
Deu-me um banho de trevas
Aspersão infinita de lágrimas
Um eterno aspergir de choro
Borrifo de pranto respingo
De aplicação de jatos d'água
No corpo quente esmorecido
Na tentativa de obter
Um resfriamento súbito
Que o fizesse voltar a si
Voltasse à tarefa da fiadura
Que dá um furo no afusal
Estrado sobre pedras pontiagudas
Punhais aguçados
Adagas fusiformes
Espadas afusadas de lâminas cortantes
Que aos poucos retalharam a alma
Despendem os retalhos pelo universo
Acabou-se a minha história
Que não tem começo
Que também não tem fim
É que parece que quero
Que tenham piedade de mim
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