domingo, 14 de outubro de 2018

Não entendi nada também pudera nunca pude entender nada; NL, 0210502008; Publicado: BH, 0270402010.

Não entendi nada também pudera nunca pude entender nada
Finjo que entendo que compreendo que sei na verdade 
O que sou é uma mentira na realidade uma falsidade no
Hoje o ontem no futuro o passado no presente o ausente
Nunca fiz nada não faço nada penso que nunca farei 
Nada preciso sempre de algo busco o que não sei o 
Que não encontro quando encontro não é o que 
Busco muito menos o que procuro decepciono a 
Mim mesmo a todos que pensavam que não iria 
Decepcioná-los fracassei levei de roldão as 
Tentativas as competições as oportunidades as 
Tentações nunca nunca mesmo ousei estúpido
Estúpido estúpido mil vezes estúpido durmo
Nunca acordei não sonho não tenho recordações 
Dos sonhos que já tive nunca os realizei penso 
Que não tenho memória na lembrança o que
Trago é um vazio de morte uma ausência de 
Gravidade uma falta de atrito de fricção um vácuo
Não presto atenção nas coisas não observo a 
Natureza não absorvo o orvalho não bebo o 
Sereno não me embriago com a névoa de manhã 
Levanto-me como se não fosse de manhã como
Se não fosse comida bebo como se não
Estivesse bebido água a noite é para mim como 
Se não fosse noite sol lua são me  indiferentes
Sabe aquele defunto que espreita das frinchas do caixão
E o que sou aquele vampiro com a clava de madeira no 
Coração? é o que sou não espere nada de mim se não 
Quiser vir comigo para a perdição deixe-me ir sozinho
Não tenho nada com que possa comprar a tua alma
Meu sangue virou soro não presta para que pague
Com sangue se tiver algum crédito contigo venda-me tua 
Alma então talvez encontre uma chama de ousadia
Ou uma faísca de razão ou um lume de percepção

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