Apesar de estar só a queimar na fornalha
A minh'alma encontra-se refrigerada meu
Espírito longe de mim não sente a dor que
Sinto meu ser não sofre tanto quanto
Deveria sofrer parece-me que estou insensível
Às coisas do universo que desconheço os
Mistérios não sei desvendar os segredos dos
Astros onde se esconde a felicidade o céu azul
Excita-me enche-me de tesão de vida
Sinto que meus passos serão inabaláveis
De mãos dadas com a esperança a paciência
Com consciência de pedra vou para penetrar a
Treva a deixar marcas pelos caminhos as
Sombras espalhadas pelas veredas colinas
Morros montes montanhas encostas aquele
Que se aproximar de mim me reconhecerá
Saberá que superei meus erros que aprendi
Com as minhas falhas tornei-me mais
Humano com as minhas faltas um dia,
Quando ainda for cinzas não tiver nem
Mais um verbo a pairar nas minhas moléculas
Mentes registrarão vestígios meus talvez simulacros
Restos de elementos retalhos pestanas cílios
O mínimo detalhe seja lá o que for da
Penumbra que fui da fumaça que o vento
Levou dos ciscos que ficaram esquecidos nos
Terreiros tudo fui nada nos meus
Sonhos pesadelos herói vilão homem
Criança morte vida no entanto
Nessa fornalha colossal fundido em substantivo
Enfim vejo que consigo submergir da minha
Própria ruína olho meus escombros a me recompor
Dos entulhos reaproveito sobras para recomeçar
Construo pontes detono os muros derrubo paredes
Olho deixo que pensem que não enxergo deixo
Que achem que não tenho nada dentro de mim
Apresento-lhes estas palavras que são minhas
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