Estou aclaustrado dentro de mim
Preso numa espécie de claustro,
Calabouço que não tem mais fim
Minh'alma não consegue sair
Meu espírito não consegue sair
Do esqueleto não posso sair
Minha mente também não
Nós não conseguimos sair
Estamos todos presos aqui
Seres aclavados ferozes
Com armas em formas de clavas
Vigiam a saída a entrada
Já estamos na contingência
De permanecermos assim
Até o fim da existência
O mais difícil é o aclimamento
Não existe efeito aclimador
Ninguém consegue ficar aclimado
Adaptado a esse clima ruim
Quem é acostumado a permanecer assim
Sem uma luz boa para guia
Só trevas sombras breus não reclama
Por exemplo não tenho inclinação
Minh'alma o mesmo não tem horizontal
Meu espírito não forma ângulo
Minha mente não é aclinal nenhum de nós
Temos pretensões a aclerizar-nos
Fazer-nos clérigos padres
Ao adquirir estes costumes
Queremos só a libertação
A liberdade de cada um
Por direito adquirido
Sem pagar preço algum
Só o fim desse aulir
A retirada do leucoma
O passar da névoa na córnea
A deixar a luz entrar livremente
Nenhum comentário:
Postar um comentário