Agora passei a ver tudo que olho
Passei a olhar tudo que vejo
Minha cegueira está a se esvair
Enxergo tudo com minha visão
Passei a perceber a sentir a observar
Muita coisa que alguém olha
Não vê agora vejo claramente
Como se fosse iluminado diretamente
Pela própria luz do sol ou como se
Tivesse também luz própria vejo até
Os detalhes as coisas intrínsecas as
Extrínsecas o universo então passou
A não ser mais segredo para mim
Enxergo mais do que se tivesse visão
De raio X ou outro raio que atravesse
Tudo que é opaco enxergo desde o
Aquém do aquém ao além do além
Uso óculos só para disfarçar tal um
Super-Homem que se disfarça em Klark
Kent tal Blimunda que em jejum
Enxergava por dentro das pessoas
Tal Homero Borges que enxergavam
Mais do que todos é bom enxergar
Depois da retração depois de tanta
Treva no olhar trave no olho
Cisco debaixo das pálpebras é
Bom demais é um gozo um orgasmo
Só quem vive pode sentir passar
Adiante a sensação para que
Outros tenham a mesma experiência
Uma simples janela é a evidência
Uma simples porta é o começo
A luz o adereço maior para gerar a
Inspiração que açula que aguça
O poeta viajar na imaginação
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