Procuro minha chama meu fogo
Faíscas fagulhas fico decepcionado
Pois só encontro carvão cinzas vivo
Mas pareço morto para a vida
Procuro meu calor só vejo a
Treva a sombra gelada já pareço
Morto para o amor meu tição
Apagou a brasa não acende mais
Não fico abrasado por nada neste
Mundo meu peito não queima febril
Nada lateja em mim todos
Os órgãos estão inertes flácidos
Podeis enterrar-me em qualquer
Cova rasa ou deixeis-me para
Que os abutres venham devorar-me
Façais de mim um outro croqui
Amarreis-me a um rochedo talvez
Nem precisai fraco do jeito que sou
Não terei força para espantar os abutres
Ou outras aves de rapina que queiram
Devorar-me minhas carnes envelhecidas
Só servem mesmos para repasto delas
Deixeis-nas banquetearem-se com
As minhas carniças procuro minha
Alma já não a encontro meu ser
Espírito tudo já se esvaiu de mim
Resta só os despojos só o esboço
Do que era enquete de gente
Projeto de homem sabeis até aquela
Poesia que pensava que tinha
Que era possuidor de verve que
Era um bardo cheio dela até
Ela vejais vós já abandonou-me
Morreu com minha inspiração
Matou minha imaginação
Secou junto com minha fonte
Deste meu poço sem fundo
Nenhuma água jorrou
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