Iludo-me que estou lúcido iludo-me
Não sinto a minha embriaguez
Engano-me com a razão finjo
Que tenho noção minto para
Mim mesmo tento esconder a
Desrazão que guia meu ser sou
Um bêbado louco que aparenta
Ter conhecimento cultura
O que tenho é loucura insanidade
Estupidez de alma espírito
O vento quando bate só falta
Arrastar-me pelas pradarias a água
Quando chega parece querer derreter
O pouco que restou de mim qualquer
Calor parece me dissolver meus
Pés tremem sem sustento a
Robustez que aparento é de balão
De festa de aniversário de criança
Balanço trepido caio desprovido
De ânimo vontade a chama que
Move-me é fraca a vela do
Meu barco nem chega a inflar
As ondas do mar me jogam de
Um lado para outro os rochedos
Só servem para me espatifar sou
Feito de areia não recebi nas
Narinas o sopro da vida é por
Isso que exalo este cheiro de morte
Este mofo constante este aspecto
De armário de ossos velhos tais
Os encontrados em cemitérios
Fantasmas nem transfusão de
Sangue me renova nem transplante
De órgão faz de mim um novo homem
Inorgânico sou parasita de organismos
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